terça-feira, julho 15, 2025

O DECLÍNIO DE UM EX GOVERNO BRASILEIRO

Na fase conclusiva do processo judicial relacionado ao incidente de 8 de janeiro, que envolve o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e outros sete colaboradores, surge mais uma tensão nas relações diplomáticas acarretada pelo aumento das tarifas sobre as exportações brasileiras imposto por Donald Trump.

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está utilizando fundos públicos para conspirar contra o Brasil. Em um vídeo divulgado no último dia 13 (número que faz referência ao Partido dos Trabalhadores), ele reiterou nas redes sociais que fez um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos, solicitando que o governo americano implemente a chamada Lei Magnitsky em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e outros líderes políticos brasileiros.



O vídeo, gravado em inglês, mostra o Deputado Licenciado, que vive nos Estados Unidos desde março, solicitando sanções econômicas contra o Brasil, alegando serem direcionadas àqueles que ele acusa de perseguir sua família e de “aniquilar a oposição” no Brasil. De acordo com sua afirmação, o Partido dos Trabalhadores teria a intenção de impedir a candidatura de seu pai nas eleições de 2026.

Ainda que se trate de uma relação de amizade estabelecida por interesses pessoais, a família de políticos brasileiros não se deixa abalar pelos constrangimentos de âmbito global. 

Embora estejam vivendo em autoexílio nos Estados Unidos, todos se lembram que, no começo deste ano, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) foram impedidos de entrar na Rotunda do Capitólio, local onde ocorreu a posse do presidente Donald Trump, após sua vitória nas eleições contra Kamala Harris.


GOVERNANÇA EM RETROCESSO


O declínio do governo de Bolsonaro, durante seu período à frente da presidência da República, teve início com a polêmica ação de um de seus três filhos, Carlos Bolsonaro, considerado seu principal apoiador, que resultou na destituição do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebiano

Bebiano foi desligdo do cargo de ministro após um intervalo de cinco dias em um processo de "fritura", promovido pelo presidente, em decorrência de um embate público com Carlos Bolsonaro. E com alegações de que o PSL (onde Bebiano foi presidente entre janeiro e outubro de 2018,)  havia lançado candidatos laranja em municípios brasileiros. 

Portanto, o ex-ministro manifestou descontentamento em relação à forma como ocorreu sua remoção do cargo e ao desgaste que antecedeu sua exoneração. Gustavo Bebiano morreu  de infarto em 14 de março de 2020, em Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Após o falecimento, os filhos do presidente aumentaram a influência sob o governo do país e consolidaram seu protagonismo nas iniciativas governamentais entre os anos de 2019 e 2022. 

Adicionalmente, a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro também tirou o brilho de Bolsonaro. Isso foi possível ver na cerimônia de posse de seu esposo, onde evidenciava que o comando não seria exercido por um governo de ministros, mas, efetivamente, por um governo e familiar. 

Vale lembrar que no dia da passe de Bolsonaro, a ex-primeira dama infringiu o protocolo ao proferir um discurso no parlatório do Palácio do Planalto antes de seu esposo. Essa foi a primeira vez em que uma primeira-dama pronunciou um discurso na cerimônia de posse de um presidente da República. 

No enejo Michelle Bolsonaro declarou que ia se empenhar na proteção dos direitos das pessoas com deficiência. A primeira dama foi um dos principais destaques da cerimônia de posse, mostrando que vinha para governar com o marido e assim ofuscou todo o brilho do presidente. Sua influência foi total e inquestionável, a ponto de indicar nomes para a Esplanada, como o de Priscila Gaspar para a Secretaria Nacional da Pessoa com Deficiência.

Aquilo que poderia formar uma significativa dinastia política está, na verdade, se convertendo, gradualmente, em uma armadilha que esgota a autoridade do presidente Jair Bolsonaro.

E para complicar ainda mais a situção, a Justiça do Distrito Federal recebeu a denúncia e tornou réu o quarto filho do ex-presidente. O fato foi, em virtude dos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e utilização de documento falso. A sentença foi emitida pela 5ª Vara Criminal de Brasília, após denúncia formulada pelo Ministério Público em relação a Jair Renan e outros envolvidos. 

De acordo com as apurações realizadas durante a investigação, Jair Renan supostamente teria falsificado resultados financeiros de sua empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia com a finalidade de conseguir um empréstimo junto ao banco Santander, o qual não foi quitado.

Além de tudo, o ex-presidente falsifica o cartão de vacinação da filha mais nova e menor de idade sobre o CVI 19. 

Dessa forma, conclui-se o ciclo da teia de aranha familiar que havia entrelaçado o poder no Brasil, o qual, de maneira positiva ou negativa, permanecerá registrado nos livros de história para as gerações futuras.

Para agravar a situação do governo, após ser derrotado na eleição presidencial de 2022, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos dias antes da posse do novo presidente, eleito pelo povo, não passando a faixa ao seu sucessor. Ele justificou sua ausência alegando haver sido vítima de irregularidades durante o pleito e iniciou um plano operacional de golpe, o qual era fundamentado em um documento denominado “Punhal Verde e Amarelo”. 

A intenção era eliminar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin com o propósito de "extinguir" a chapa vencedora das eleições de 2022. Além disso, mantinha intenções de assassinar o ministro do STF, Alexandre de Moraes. 

Após um período de considerável de tumulto, ameaças, invasões e destruição, a família agora convida para a festa constrangedora o atual Presidente dos Estados Unidos, um dos aliados e apoiadores desse ex governo denominado de direita.

Dessa forma, perpassa para a história um dos governos mais complexos e repleto de controvérsias da trajetória brasileira.

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