Um grupo composto de artistas-pesquisadores vindos da Inglaterra, apresentou aos moradores de terras indígenas na semana passada o Museu de Realidade Virtual Guarani-Kaiowá. Uma tecnologia desenvolvida para preservar a cultura local através do projeto Futuro Multivozes, do Laboratório de Antropologia Multimídia, da Universidade de Londres.
A visita teve o objetivo de conectar os artistas-pesquisadores britânicos aos membros das comunidades Guarani e Kaiowá, na construção do Museu de Realidade Virtual na busca de promover e valorizar a vida indígina da região.
Durante o evento, houve trocas de experiências entre estudiosos e indígenas com registros para serem inseridos no acervo do museu. Na oportunidade, os indígenas participaram de um workshop sobre o uso de sistemas multimídia, inteligência artificial e cinema.
Em contrapartida, os pesquisadores tiveram a oportunidade de aprender com os povos originários tudo sobre rezas, costumes e demais tradições das aldeias do estado.
Durante a realização, foram ministradas pelos europeus experiências inovadoras que conectam arte, ciência e tecnologia a mais de 10 mil indígenas de 200 comunidades.
A oficina de Inteligência Artificial e Cinema foi conduzida por vários profissionais, entre eles o cineasta Roger Eaton, que iniciou sua carreira com destaque na fotografia de moda para a revista Vogue e trabalhou em mais de 130 produções de Hollywood.
Com apoio Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, uma equipe de profissionais brasileira também teve suas partições, entre elas estavam a Fabi Fernandes, Luan Iturve, DJ Guarani-Kaiowá, Scott Hill, músico e ativista, Kelvin Mbaretê, do Brô Mcs
Hoje, o grupo londrino está reunido em Brasília, para participar da 21ª edição do Acampamento Terra Livre, a maior mobilização indígena do Brasil.
O evento, que será realizado entre os dias 7 e 12 deste mês e conta com o tema “Apib somos todos nós — Em defesa da Constituição e da vida”, homenageia o aniversário de 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Durante o evento, haverá espaços para debater os direitos dos povos originários, como uma tentativa de conciliação sobre o marco temporal.
Além disso, haverá o lançamento da Comissão Internacional Indígena para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 ( COP30) que acontece em Belém ( PA), e os principais tópicos que devem ser discutidos na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, que será realizada em novembro deste ano.
O evento acontece no espaço da Fundação Nacional de Artes — Funarte e espera receber cerca de 10 mil indígenas, com previsão de atos e programações entre hoje e sábado.
POVOS
Guarani e Kaiowá são o segundo maior povo indígena do Brasil atualmente, com cerca de 50 mil habitantes, que se concentram principalmente no estado do Mato Grosso do Sul. Essa populção lutam contra genocídio por parte de latifundiários, fazendeiros, usineiros e empresários do agronegócio que desde a colonização portuguesa no País e especialmente após a Guerra do Paraguaiessa população de minoria vêm sendo expulsos ou encurralados em suas terras.
Atualmente, o Brasil e a Organização das Nações Unidas (ONU) têm se esforçado para preservar os povos Guarani-Kaiowá e seus territórios. No entanto, os Guarani-Kaiowá enfrentam violações de direitos, como assassinatos, agressões, com casas de rezas queimadas por vândalos.
Informações - https://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/
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